terça-feira, 7 de dezembro de 2010

BIOGRAFIA DE ALESSANDRO MAGNAVITA

ALESSANDRO MAGNAVITA

Por Alex Henklain Magnavita Nogueira

                                    Nascido em 16.6.1863-Paola-Cosenza-Italia às 13 horas na R. Rocchetta conforme o registro de numero 202 enviado pelo eminente genealogista Prof. Paolo Chiaselotti. Ele era filho de Salvadore Magnavita di Francesco, trabalhador de peles e de Maria Francesca Condino, de profissão fiandeira.
                                   Ele casou-se com Venera Perrota filha de Pasquale Perrota. Venera Perrota tinha uma irmã chamada Filomena Perrota também casada com outro irmão de Alessadro Magnavita de nome Luigi Magnavita sócios em negócios de cacau . Eles foram viver em Belmonte e houve um desentendimento entre as mulheres e não mais se falaram durante um bom tempo narra Pasquale em seus depoimentos sobre a família Magnavita e a chegada ao Brasil.
                                   A maioria dos filhos era italiana como: Salvatore Magnavita casado com Tereza Troccoli Magnavita tia de Hilda Magnavita Troccoli Schubach de Canavieiras; Guerino Magnavita casado com Anita Stolze Magnavita; Antonio Magnavita casado com Eutimia Magnavita filha do irmão Luigi Magnavita; Orienta Magnavita Barbosa casada com Eustaquio de Almeida Barbosa; Mafalda Magnavita casada com Vicente Magnavita este filho de Luigi Magnavita; Helena Magnavita Andrade casada com David Andrade; Regina Magnavita Burlacchini casada com Humberto Bertolli Burlacchini.
                                   Vale ressaltar que o tronco de Alessandro é um dos maiores em toda a família. Como os demais troncos povoam o Brasil de norte a Sul. As pesquisas demonstram que poucos restaram na Itália, alguns foram para os EE.UU outros para a Argentina. No Brasil, uma ramificação de primos no Rio de Ferdinando Magnavita (1867) casado com Anna Maria Di Seta(Paola) e outra na capital de S.Paulo, o filho  de Rosa Maria Antonia Magnavita(1839), casada com Luigi Maria Savaglia(1829) chamado de Antonio Maria Savaglia e a esposa Tereza Del Rosa Savaglia que vieram para trabalhar na parte técnica dos assentamos do mármore do palácio dos Campos Elísios em 1854 (Sede do governo de  SP).  Finalmente o que chegou mais recentemente, o filho de Pascoal Magnavita  casado com Maria Catarina Di Cola Magnavita chamado Francesco Magnavita  (1938) casado com Rosa Tuscano Magnavita (1937) que residem em Sorocaba com seis filhos e um irmão deste de nome Nicola Magnavita.
                                   Belmonte é uma cidade litorânea onde há fartura dos frutos do mar, boa pecuária e agricultura. Belmonte é uma das melhores terras do Estado da Bahia. Lá como em toda cidade do interior brasileira reina a tranqüilidade e o progresso. Sem a menor dúvida é o melhor local do mundo para se criar filhos, pois parece que todos são parentes,  todos os dias se vêem e conversam.
                                  Na época que os nossos parentes chegaram eles comentavam que na Itália só comiam carne poucas vezes no ano. Lá também se pagava mais impostos do que aqui e não tinham fartura de alimentos como frutas, legumes e verduras. O desbravador como Alessandro, os demais irmãos e os parentes fizeram da cidade uma das maiores produtoras de cacau do Brasil. Hoje temos a Praça dos Imigrantes onde todos negociavam suas mercadorias como um grande centro comercial.
                                 Belmonte fica bem próxima da foz do Rio Jequitinhonha que de tão caudaloso nas épocas de cheias já fez o farol mudar de local por três oportunidades. Os Magnavitas permanecem na terra que deram o nome ao local de nascimento do descobridor do Brasil; Pedro Álvares Cabral. Tudo se encaixa em perfeita harmonia com a natureza. Perto dali se encontra Porto Seguro o local do descobrimento do Brasil. Quatro séculos depois os Magnavitas também descobriram outros tesouros; paz, saúde e felicidade.

BIOGRAFIA DE LUCIANO MAGNAVITA FILHO DE BENINO

LUCIANO MAGNAVITA, MEU AVÔ.
                         
                                      Meu avô Luciano era filho de Benino Magnavita, meu bisavô que nasceu por volta do ano de 1850 em Paola na província de Cosenza na Itália e faleceu no ano de 1908 na cidade de Belmonte. Ele era casado com minha bisavó Maria Luigia Condino nascida em 8 de outubro de 1852 também em Paola, cujos pais eram Giovanni Condino e Marietta Della Fantana tendo como irmãos Federico Condino, sendo dois deles mortos no terremoto de Messina na Sicilia, Carlos Condino e Concentina Condino.  Minha bisavó faleceu em 9 de setembro de 1939 em Belmonte na Bahia.
                                      O documento de meu avô tirado no Brasil em 4 de maio de 1943, diz que ele nasceu  em 15 de setembro de 1877, registrado na cidade de Cosenza e naturalizado brasileiro. Casou-se com Hormina Cardozo em 14 de março de 1908 em Belmonte. Ela natural de Belmonte filha de Macedônio da Silva Cardozo e de Esmenia de Mello Cardozo. Como profissão está registrada “agricultor” cor branca, olhos claros, cabelos brancos, bigode rapado, barba rapada, tinha uma cicatriz deprimida na região malar esquerda. Morreu no rio de janeiro no dia 16 de janeiro de 1956.
                                      Meus tios eram: Michelle Magnavita nascido em 16.8.1880 em Paola-Itália, casado com Vitoria Alves de Jesus, faleceu em 12.1.1936 em Belmonte-Ba; Pasquale Magnavita nascido em 9.11.1882 em Paola-Itália, casado com Vicenza Tosto Magnavita tendo falecido em 17.7.1977 em Salvador-Ba; Francesco Magnavita (Chichilo)  casado com Maria Luigia Magnavita e falecido em 6.12.1955 em Belmonte; Filomena Magnavita Storino nascida em 1885 em Paola e casada com Salvador Storino tendo falecido em 4 de setembro de 1955 em salvador; Giuseppe Magnavita, o Peppino, nascido em 1884 e falecido em 23.1.1905 aos 25 anos em Napólis na Itália; Moises Magnavita nascido em 12.10.1891 em Paola na região da Calábria na província de Cosenza e casado com a filha de seu tio Ercole Magnavita chamada Assunta cujo avô era Antonio Itria . Seu irmão Giacomo Itria foi o fundador da primeira escola particular da capital de São Paulo. Foi um dos primeiros primos a se casarem com outros primos. Ele era o filho caçula dos irmãos de Luciano.
                                      Na minha certidão de nascimento, no espaço destinado ao nome do avô materno consta “coronel” Luciano Magnavita.
                                      Os pais de minha avó Hormina eram grandes fazendeiros, cacauicultores, na região sul da Bahia. Minha avó Hormina era a mais nova de muitos irmãos. Tinha dois anos quando sua mãe morreu. O bisavô Macedônio casou-se em segundas núpcias. Sua nova esposa, madrasta de minha avó, que a criou, chamava-se Adelaide, a qual era filha natural de um padre alemão com uma brasileira. Teve com meu bisavô mais 6 filhos enviando a metade deles para estudar na Alemanha. A outra metade ficou na Bahia. Um irmão de minha avó Carlito, filho dessa segunda união do bisavô Macedônio com Adelaide casou-se co uma alemã e trouxe a mulher com ele em Boca do Córrego onde era proprietário de terras. Eram os anos de 1930 e a alemã era natural de Berlim então uma das mais trepidantes cidades do mundo. Boca do Córrego só tinha uma única rua que subia em pequeno morro e mudava de nome conforme as quadras. Segundo conta minha tia Ivete, uma das irmãs que ficara na Bahia, os únicos eventos dignos de nota na cidade eram os enterros, quando a banda subia o morro e os músicos bebiam para agüentar a subida. Na volta todos embriagados faziam o enterro virar uma farra.
                                     A segunda esposa do bisavô Macedônio ficou também famosa por ter sido a inventora da geléia de cacau.
                                       A esposa de Carlito teve uma filha ali na região quando a criança completou 2 meses, ela fugiu com a filha de volta para Berlim. Anos depois durante a II  Guerra Mundial, a criança, então adolescente e tuberculosa conseguiu, com a sua certidão de nascimento de brasileira, vir para o Brasil, onde foi recebida pelo pai. Devidamente curada essa criança desabrochou na Bahia e mais tarde sagrou-se campeã Sul-Americana de Xadrez em torneios femininos.
                                       Lembro-me de meu avô Luciano aqui no Rio. Espírita Kardecista e muito religioso era alto, troncudo, mas com pernas e braços relativamente curtos. Quando o conheci, já tinha cabelos brancos. Era geralmente sério, mas quando tocavam no violão as músicas italianas, sua fisionomia se adoçava. Sabendo que era oriundo da Calábria onde segundo disseram predominavam os italianos de cabelos e olhos escuros, fiquei a imaginar que ele era descendente dos vikings, que ali também fizeram pousadas.
                                       Meu avô teve 9 filhos, sendo que um chamado Gilberto morreu afogado na praia da Barra em Salvador, quando ainda era criança. Seus filhos foram pela ordem de chegada: Adelaide Magnavita Braga, minha mãe, nascida em 16 de dezembro de 1908 na Boca do Córrego, mas foi registrada em Belmonte, faleceu em 1995, casou-se com o meu pai, Leopoldo Braga, nascido em 1º de março de 1904, advogado e homem de letras; Benino Cardoso Magnavita nascido em Belmonte-Bahia no dia 3 de fevereiro de 1910 e falecido em 7 de outubro de 1996. Foi médico tisiologista muito famoso no Hospital Curicica aqui em Jacarepaguá no Rio de Janeiro, casado com Esther Alves Magnavita. Em 1964 Benino era diretor do Hospital e recebeu a visita do Marechal Castelo Branco que o aconselhou a aplicar na Bolsa de Valores. As bonificações das ações se multiplicavam a cada ano. Sua carteira era composta principalmente de ações do Banco do Brasil e da Petrobrás. Parte da fortuna foi feita graças às valorizações das companhias de energia elétrica que pagou bonificação de 42 por cada ação e da Petrobras quando reavaliou seu ativo. Com fazendas de cacau e 240.000 cruzeiros depositados em agencia de banco em frente à Bolsa de valores, Benino era considerado o numero um dos investidores. Em 22 de julho de 1970 dá uma entrevista a “Revista Veja” aos 55 anos como prova de um dos mais habilidosos investidores da Bolsa do Rio; Alzira Magnavita Reis Lopes nascida em 5 de outubro de 1911 em Belmonte que herdou os olhos claros  casada com o médico Osvaldo Reis Lopes; José Cardoso Magnavita nascido em 16 de abril de1914 casado com Lilia Portugal Magnavita, poetisa radicados em Brasília; Liege Magnavita Villela nascida em 19 de dezembro de 1915 casada com Jose Oliveira Villela radicados em Salvador; Elvidina Magnavita Ramos, a Dininha, nascida em 30 de setembro de 1922 em Salvador e falecida em 15 de março de 2003 também em Salvador, casada com Péricles Alves Ramos; Ismênia Cardoso Magnavita que leva o nome da avó paterna, nascida em Salvador no dia 24 de outubro de 1926 tendo vivido em Brasília e não teve filhos: Gilberto Cardoso Magnavita nascido em 1917 e morto em 1926 aos 9 anos de idade; outro Gilberto Cardoso Magnavita  nascido em 18 de janeiro de 1930, advogado depois promotor no Paraná que moralizou a Justiça e não cedeu as tentações da corrupção casado com Dra. Lelia Lustosa Magnavita, nascida em 14 de abril de 1930 também da área do Direito.
                                        Meu avô Luciano chegou ao Brasil e fixou residência em Canavieiras depois Belmonte na Bahia em 1899. Tenho um documento datado de 11 de julho de 1942 assinado pelo Delegado da Ordem Política e Social dizendo que o Sr. Luciano Magnavita desde a sua chegada a Bahia em 31 de dezembro de 1899 até aquela data, não se tinha ausentado daquele Estado.
                                    Anteriormente no “Diário de Noticias” de 31 de agosto de 1937, meu avô Luciano publicou um artigo no qual faz declaração de amor ao Brasil elogiando sua beleza e suas riquezas, condenando ideologias políticas “estranhas” tanto a dos comunistas como as dos fascistas. Faz uma defesa enfática da Democracia. Nesse artigo meu avô declara ser o Sr. José Américo de Almeida o candidato do povo a futura Presidência da Republica.
                                    Meu avô veio para o Rio de Janeiro em 1944 seguindo os passos de minha mãe, sua filha primogênita e creio eu a predileta. Aqui fixou residência sempre perto de mamãe. Meu avô era considerado muito rico, pois possuía 22 fazendas de cacau na Bahia nas imediações de Belmonte, Pedra Branca e vale do Jequitinhonha. Segundo informações, uma das fazendas de meu avô tinha uma floresta virgem no seu interior a qual um homem a cavalo demorava mais de um dia para percorrer e atingir os limites legais do empreendimento. Todos diziam também que o irmão dele Pascoal tinha propriedades maiores e melhores no Sul da Bahia sendo muito mais rico do que Luciano.
                                     Quando meu pai, descendente de portugueses e espanhóis se aproximou de minha mãe, em Salvador, onde ela estudava, meu avô Luciano tentou de tudo para afastá-los, inclusive enclausurando a filha na casa que tinham em Boca do Córrego. Meu pai foi atrás dela em Boca do Córrego, com seus versos candentes e serenatas à janela. Meu avô mandava meu tio Benino, então adolescente terrível, jogar sobre meu pai os dejetos dos penicos da residência. Nada disso evitou que mamãe ao completar 18 anos, se casasse com Leopoldo Braga.
                                   Meu avô ajudava regularmente os filhos e netos, dando-lhes eventualmente algum dinheiro, ora mais, ora menos, conforme a safra de cacau. Também ajudava regularmente varias instituições de caridade, sendo que uma “Casa de Lazaro” um orfanato e um educandário para meninas era a sua preferida. Interessante é que esta instituição foi fundada e dirigida durante muitos anos por uma prima de meu marido Ruth Santana. Ali havia uma placa com o nome do meu avô como grande benemérito.
                                   Gilberto por ser o filho caçula sempre era o mais ajudado financeiramente enquanto estudava e todos morriam de inveja. Certo dia o pai deu um apartamento para ele em pleno Rio de Janeiro da boemia porque era o único homem solteiro, sem emprego, da família. O cacau dava 2 safras no ano e uma tida como “temporão”. Os grandes compradores de cacau pagavam a safra com um ano de antecipação.
                                   Quando vovô morreu, os filhos brigaram por questão de partilha das fazendas. Seu inventario durou 22 anos com vários lances dramáticos. Ao fim desse tempo, com as fazendas semi-abandonadas, a herança murchou. Mamãe ficou com a fazenda Viriato, também chamada Juruci que era pequena, mas muito fértil. Quando chegaram as nossas mãos, isto é, nas minhas e de meus irmãos, deu a praga da vassoura de bruxa, e nós as vendemos por um preço bem baratinho. Mas, 22 anos depois de sua morte, com o fim do inventário, os irmãos Magnavita finalmente fizeram as pazes.
                                   Meus pais tiveram três filhos: Humberto Leopoldo Magnavita Braga nascido em 16 de outubro de 1927 no Rio era medico e advogado e casou-se com a enfermeira Megan De Vincenzi nascida em 16 de maio de 1924 que é irmã do meu marido Paavo Nurmi De Vincenzi nascido em 1929 que trabalhou como engenheiro elétrico na Chesf “Companhia Hidro Elétrica do São Francisco” e depois de aposentado trabalhou como funcionário da ONU na organização Internacional do Trabalho-OIT. De 1965 a 1967 trabalhou em Genebra; Eu, Lecticia Josephina Magnavita De Vicenzi nascida em 10 de julho de 1938 sou aposentada como professora de Sociologia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, sou Mestre e Doutora (Phd) em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e muitos projetos de vida;  Bellicia Magnavita Braga nascida em 6 de março de 1929 e casada com Danilo Luis Martins completa o trio . Somos hoje, 3 netos, 5 bisnetos, 3 tataranetos e 2 pentanetos da ramificação de Adelaide e Leopoldo primeiros dos 9 filhos de  Luciano Magnavita e Hormina Cardozo Magnavita.
                         

Lecticia Josephina Magnavita Braga De Vincenzi – neta

FOTOS DOS FILHOS DE ALESSANDRO MAGNAVITA


FOTOS DE MARTINO E ADELINA COM FILHOS,NETOS E BISNETOS


FOTOS DOS FILHOS E NETOS DE GIOVANNI

FOTO DOS NETOS E BISNETOS DE BENINO MAGNAVITA

NETOS DE HORTENCIO- ERNESTO MAGNAVITA

BIOGRAFIA DE GIOVANNI MAGNAVITA - (JOÃO)

 MICHELLE GIOVANNI MAGNAVITA (JOÃO)                                          

Por Alberto Magnavita  e Ivo Magnavita (netos).

                            João Magnavita, nasceu em 1866 na cidade de Paola, região administrativa da Calábria, no sul da Itália, filho de Salvadore Magnavita e de dona Maria Francesca Magnavita. Foram seus irmãos: Martino (Agostinho), Alessandro, Ernesto (Hortencio), Ercole (Herculano), Luigi (Luis) e Benino.
                           Giovanni era muito jovem quando chegou ao Brasil, no final do século XIX, onde volta a Paola em 1892 e se casa com Adelina Cesario Magnavita, também natural de Paola. Nesse retorno ao Brasil ele traz o cunhado Carlos Cesário irmão de Adelina. Da união nasceram os filhos Alda, Francisca, Gisberto, Lilá, Mario (meu pai), Otaviano, Pedro, Rizero, Silvia e Alberto.
                           Na Itália Giovanni estudou apenas o primário. Era mestre alfaiate de profissão, comerciante cultivador de uvas. Pressionado pelos problemas de ordem política e econômica, como resultado da unificação do país e sua conseqüente adesão ao mundo capitalista Giovanni resolveu imigrar para o Brasil junto com outras pessoas da família.
                          No Brasil, assim como outras pessoas da família Magnavita dedicaram-se ao cultivo do cacau no município de Belmonte. O cacau era uma cultura que vinha ganhando espaço no sul da Bahia.
                          Michelle Giovanni ou simplesmente João se associou ao irmão Alessandro e passaram a comercializar como Mascates com gêneros alimentícios nas canoas através do Rio Jequitinhonha até o local denominado de Cachoeirinha na divisa com o Estado de Minas Gerais. Por motivo de saúde Alessandro o ajudava passando a permanecer na loja em Belmonte que ficava na Praça 13 de maio mais conhecida como a “Praça dos Gringos”.
                          Na rotina de sempre ele adquire algumas propriedades agrícolas com Cacau em local denominado Meroaba as margens do Rio Jequitinhonha e uma casa tipo sobrado que fica a 80 metros da casa onde residíamos na Avenida. Meu tio-avô que estava com vovô chamado Carlos Cesário viaja para o Rio de Janeiro e lá contrai matrimonio com minha tia-avó uma brasileira e desse enlace nasceram os filhos Frederico, Madalena, Hugo, Ema, Ester e Reinaldo.
                           Um fato pitoresco: Meu avô nas suas andanças Rio acima resolve deixar uma carga de farinha em uma fazenda nas mãos de um sujeito pedindo-lhe que guardasse até o seu regresso. Ao retornar procura o individuo. Esse, noentanto, nega alegando que meu avô nada tinha deixado com ele. Muito aborrecido e sem dizer nada segue viagem e encontra-se casualmente com um jagunço chamado Aprijão, e que gostava muito do meu avô. Notando o semblante muito fechado ele pergunta: O que houve com você? Meu avõ relata o caso. Ele fala para o meu avô: – “Fique tranqüilo”. Quando você retornar passe direto e grite para o sujeito: “Aprijão mandou-lhe lembranças”. Feito isso o individuo pede a meu avô.....seu João venha cá...sua farinha está aqui. Eu estava brincando.
                          Embora fosse perdendo parte dos costumes culturais italianos a culinária mantinha-se especial. Eram tradicionais as reuniões em família e amigos com refeições fartas. Apreciavam a polenta, o salame, a lingüiça, a mortadela, a macarronada feitos pela própria família que por sua vez passavam aos seus descendentes. Dizem os antigos que os imigrantes italianos de Belmonte tinham campo de golfe e quadra de tênis. Outra característica cultural das famílias de imigrantes italianos era o gosto pela musica italiana orquestrada.
                         Os Magnavitas são a mais extensa família de imigrantes italianos no sul da Bahia e talvez do Brasil. Hoje eles estão espalhados em todo o território nacional seja como lavradores, políticos, empresários ou funcionários públicos. Giovanni faleceu em 1918 aos 52 anos de idade.  
                          A grande heroína dessa historia passa a ser D. Adelina Cesário Magnavita que fica viúva e com dificuldades passa a criar os 10 filhos.  Aos 38 anos consegue superar tudo com dignidade criando e educando os filhos. Com seus cabelos compridos parecia uma fada e minha mãe que era sua filha não ficava um dia sem vê-la.   Contato com  frednogueira@hotmail.com ou telefone 71-3359-7561.   

ERCOLE MAGNAVITA- (HERCULANO)

ERCOLE MAGNAVITA-(HERCULANO)

Por Max Henklain Magnavita Nogueira
   
                                           Ercole nasceu em 10 de maio de 1858 e faleceu em 19 de julho de 1926 conforme registro em certidão de nascimento obtida em Paola. Nasceu na cidade de Paola - Cosenza –Itália na região da Calábria. Era filho de Maria Francesca Condino, de oficio fiandeira e Salvadore Magnavita di Francesco, trabalhador de peles, falecido em 15.1.1915 em Paola na Italia. Foi o primeiro dos Magnavita a chegar ao Brasil vindo com Antonio Itria e seus filhos Maria do Rosário e Giacomo Itria professor que foi logo em seguida para São Paulo e lá fundou a primeira escola particular do Brasil chamada de Escolinha do Itria. Ercole foi o primeiro desbravador que por volta de 1880/1882 chegou a Canavieiras. Ele chegou tão jovem que não tinha idade suficiente para viajar cruzando oceanos e adotou temporariamente o nome do irmão mais velho. Isto é, viajou de um continente para o outro com identidade trocada para não ser mandado de volta a Itália, pois sabia o que queria exatamente.
                                          Ele deu o seu segundo passo para se fixar no Brasil quando casou com a filha de Antonio Itria, Maria do Rosário Itria.    Agora genro e sogro podiam fazer grandes negócios. Maria do Rosário faleceu muito jovem aos 45 anos de idade. Eles tiveram apenas uma filha chamada Diva Magnavita que depois casou com o irmão mais novo do primo Pasquale Magnavita chamado Moises Magnavita, filho de Benino Magnavita seu irmão e ela coincidentemente faleceu no dia em que Maria Luigia Magnavita (Gina), primeira filha de Pasquale nasceu ou seja, no dia 27.6.1916.
                                         Em segundas núpcias Ercole casou-se com Lauretta Cilento prima  de Adelina Storino Magnavita cuja mãe era Maria Carmela Cilento e pai Giuseppe Storino. Tiveram os seguintes filhos; Terezinha Magnavita casada com Durval Gomes de Oliveira; Alberico Magnavita que não teve filhos; Vittorio Magnavita que também não teve filhos, mas criou uma sobrinha filha de Orlando de nome  Leda Maria Magnavita; Orlando Magnavita casado com Jesuína Reis Ferreira Lima e em segundas núpcias com Delce White Magnavita; Pierina Magnavita que não teve filho e Teodolinda Magnavita que também não teve filhos.
                                        Ercole era mais conhecido como Herculano nome que aportuguesou para fugir as perseguições da I Guerra Mundial. Todos os demais Italianos tinham que sofrer averiguações por parte da Policia e com isso tiveram um cognome. Na II guerra a Italia causou ódio de todos por Mussoline ter se aliado à Alemanha com medo de ser bombardeado pelos temidos e sanguinários Nazistas. Ercole Magnavita faleceu em 19 de julho de 1926.
                                        Ercole foi o único dos irmãos que casara duas vezes, antigamente o casamento era indissolúvel. Como Rosário morreu ainda jovem ele se casou com Lauretta Cilento também prima como inúmeros outros que se uniram pelos laços matrimoniais em Paola. Alfonso Cilento o sogro ainda tinha os seguintes irmãos: Luigi Cilento,Salvatore Cilento, uma irmã que se casou com Luigi Mandarino e outra de nome desconhecido. Cedo ou tarde todos os sobrenomes se entrelaçam como uma teia de fios que depende um do outro. A região de San Marco Argentano é muito curiosa fica na terra de Francisco de Paola onde um súdido do imperador instalou ali um monastério que aproveitava para descansar quando ia atravessando o país em viagem.

BIOGRAFIA DE LUIGI MAGNAVITA

LUIGI MAGNAVITA

Por Erix Henklain Magnavita Nogueira

                                     Nasceu em Paola–Cosenza-Italia em 1.3.1862 às 16 horas na Rua Rocchetta registro numero 69  feito em 3.3.1862. Ele filho de Salvatore Magnavita di Francesco trabalhador de peles e Maria Francesca Condino de profissão fiandeira.
                                     Luigi a exemplo de Alessandro casou-se com uma  Perrota  filha de Pasquale Perrota que também veio da Itália e eles preferiam casar-se com os próprios patrícios ao invés de pessoas de outras nacionalidades. O numero de italianos que chegaram também a Canavieiras e adjacências era de bom tamanho como, por exemplo: Tosto, Paternostro, Storino, Burlacchini, Rocchigiani, Minervino, Itria, Miraglia, Scovino, Sarnos, Larocca, Campana, Sabino, Mattera, Condino, Perrota, Di Cetta, Cilento, Peruccho, Mutti, Maselli, Tedesco,Mangieri, Di Filippi e tantos outros.
                                    Luigi era casado com Filomena Perrota irmã de Venera Perrota que por sua vez era casada  com seu irmão Alessandro Magnavita. Os irmãos eram sócios em negócios de cacau. Eles foram viver em Belmonte e houve um desentendimento entre as mulheres e não mais se falaram durante um bom tempo narra Pasquale em seus depoimentos sobre a família Magnavita e a chegada ao Brasil.
                                   Alguns anos depois de ambos tiveram filhos, esses imitam os tios e os pais e também casam entre si já como primos carnais. Foi o caso de Vicente (Luigi) e Mafalda (Alessandro) e Eutimia Magnavita (Luigi) com Antonio Magnavita (Alessandro); Tereza Gonçalves Magnavita Ribeiro (Ernesto-Eduardo) com Albino Jose Magnavita Ribeiro (Ernesto-Adélia); Antonio Magnavita Santos(Giovanni-Francesca)com Marta Magnavita Santos Silva (Giovanni-Alda) Ercole Magnavita (irmão de Luigi com Maria do Rosário Itria filha do Itria irmã de Giovanni Itria fundador da primeira escola paticular de São Paulo); Moises Magnavita(Benino- filho mais novo) com Assunta (Filha mais velha de Ercole com Maria do Rosario Itria) depois em segunda núpcias com Laureta Cilento irmã ou prima de Maria Carmela Cilento mãe de Adelina Storino; Filomena Magnavita Storino (Filha de Benino)com Salvador Storino (irmão de Adelina Storino casada com Martino Magnavita); Arnaldo Magnavita (Benino-Pasquale) com Francesca Assunta Christina Magnavita (Ferdinando-Civale) Raphael Tosto casado com Itália Magnavita Storino Tosto (ele filho de Domenico Tosto e Rosa Domasco) irmã de Vicenza Tosto casada com Pasquale Magnavita,etc..
                                   Luigi era mais conhecido como Luis e a maioria dos seus filhos eram nascidos na Itália. Os italianos têm como norma colocar o nome do primeiro filho homem, o nome do avô paterno. O segundo filho homem o nome do avô materno.A primeira mulher utiliza-se homenagear a avó paterna e a segunda mulher a avó materna. Logo, o primeiro filho de Domingos e Alice filho de Luigi foi chamado Luis Magnavita. O filho de Luis foi chamado Luis Magnavita Neto e o filho deste de Luis Magnavita Filho. Os demais filhos foram Vicente Magnavita casado com Malfada Magnavita; Elvira Magnavita casada com Olavo e outro marido em segundas núpcias  de nome desconhecido; Bernadina Magnavita Maselli casada com Vicente Maselli ;Emilia Magnavita Iorio casada com Genaro Iorio que também eram primos e voltaram para a Itália; Eutimia Magnavita casada com Antonio Magnavita; e Anita Magnavita que não casou.                        
                                      Apenas dois irmãos dos sete rapazes que se conhecem existem não se fala de irmã, em nenhum momento. Eles moraram em Canavieiras até antes de acontecer à morte prematura do irmão de Pasquale chamado Giuseppe de apelido Pepino. Segundo as narrações de Minhas viagens (pág. 9): 
                  Pepino ficara enfermo em Canavieiras depois foi se tratar na Itália e lá
                    falecera em janeiro de 1905, onde foi diagnosticado derrame cerebral ”.
                                       Isso foi o bastante para que todos saíssem de Canavieiras e fossem fixar nova residência em Belmonte. No ano de 1909 no mês de janeiro houve um surto de varíola em Belmonte e as pessoas evitavam os enfermos passando longe dessa área.
                                      Luigi Magnavita como os demais irmãos não se naturalizaram brasileiros porque nunca foi necessário. Antigamente viajava para a Itália e vinha sem exigências de passaportes. Apenas a certidão de nascimento era documento legal. Qualquer um poderia dizer que era ele o dono do papel mesmo que fosse do irmão. Para se tirar a dupla cidadania italiana a que temos direito como descendente de italianos devemos nos dirigir ao Setor de Nacionalização e Naturalização em Brasília para pegar uma “Certidão Negativa de  Naturalização”. Esse documento é exigido pelo Consulado tendo como base o ultimo italiano para comprovar que somos oriundos de italianos e poder ter cidadania européia de verdade. 
                                       A Luigi (Luis) que enfrentou as maiores dificuldades da vida e soube resolvê-las com coragem e abnegação prestamos essa homenagem singela.  Com toda a certeza, na lembrança, ele volta a viver como em um filme de coisas boas. Não é  a morte nem muito menos o túmulo que pára o ser universal.   Ainda que enterrado o corpo, mas o espírito libertado estará nas inúmeras moradas do Senhor.
                                      Hoje, Luigi ajuda os que estão do lado de cá a superar as provas e expiações para depurar a alma. 

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

BIOGRAFIA DE BENINO MAGNAVITA




BENINO MAGNAVITA

Por Pasquale Magnavita.

                                     Filho de Salvatore Magnavita e Maria Francesca Condino.Nasceu em 26 de julho de 1856.
                                      Seus irmãos eram; Giovanni Magnavita (João) casado com Adelino Cesário; Ercole Magnavita (Herculano) casado com Maria do Rosário Itria depois com Lauretta Cilento; Martino Magnavita (Agostinho) casado com Adelina Storino; Alessandro Magnavita casado com Venera Perrota; Luigi Magnavita (Luis) casado com Filomena Perrota e Ernesto Magnavita (Hortencio) casado com Maria Thereza Madeira; as irmãs ficaram  na Italia.
                                   Tiveram os seguintes filhos: Luciano Magnavita casado com Hormina Cardoso Magnavita; Pasquale Magnavita casado com Vicenza Tosto Magnavita filha de Domenico Tosto e Rosa Domasco Tosto; Michelle Magnavita casado com Laura Troccoli; Francesco Magnavita (Chichilo) casado com Maria Luigia Magnavita; Filomena Magnavita Storino casada com Salvador Storino (irmão de Adelina casada com Martino); Giuseppi Magnavita (Peppino) falecido aos 21 anos em 1926; Moises Magnavita casado com Assunta Magnavita (filha de Ercole)
                                         Em 1892 chegou Benino em Paola para buscar toda a família que havia ficado na Itália.
                                        Em 9 de junho 1898 viajamos no vapor Lãs Palmas para Genova. No dia 11 de junho fizemos o respectivo transbordo para o vapor “Cidade di Genova” e rumamos para o Brasil. Uma particularidade que nunca esqueci foi o vexame da minha saudosa mãe, por ter meu pai ido a terra passear. Na hora do terceiro apito do vapor, o velho ainda não aparecia. Finalmente, a última hora ele chegou, quase no momento, em que o vapor ia desencostar.
                                        A viagem correu muito boa. Eu vinha em terceira classe, mas a família, vinha em primeira. Como havia uma cabina de 8 camas passei também para a primeira, fazendo as refeições na cabina, em companhia de minha mãe que se sentia enjoada e não ia para a mesa. No mesmo vapor viajavam tia Ltzia Iorio e sua mãe Santa Forlana que iam para São Paulo. No dia 19 de junho chegamos na ilha de São Vicente (Santos)e meu pai saltou para terra. Quando regressou trouxe  certa quantidade de bananas, frutas que comi pela primeira vez e gostei.Durante a travessia, antes de chegar às costas do Brasil, tivemos o mar um tanto agitado que enjoou todos, menos o velho que parecia um lobo do mar.
                                        No domingo dia 26 de junho chegamos a Recife. Naquele tempo não havia porto e os passageiros que quisessem ir à terra deveriam descer em uma cesta para o saveiro. Nós como tínhamos desejo de conhecer a cidade e ao mesmo tempo descansar um pouco, resolvemos descer e almoçar em um restaurante que nos forneceu a celebre feijoada que comi e gostei. Depois de ter passeado bastante regressamos a bordo esperando a partida que não se fez esperar muito. Assim, à tardinha saímos do porto de Recife rumo a Bahia. Durante a travessia de Pernambuco viajavam em nossa companhia uma família triestina cujo chefe chamava-se Nicola Fera e um velho Domenico, que nos era sinal de respeito chamava-se “zio” Domenico. Nas discussões, os dois estavam sempre em antagonismo e às vezes se azedavam. No fim chegavam sempre a um acordo porque na verdade, ambos tinham razão. O Nicola encantava as maravilhas da Itália ao que se associava o velho Domenico. Este porem detestava o sistema tributário da Itália e tecia louvores as liberdades e tolerância do Brasil, onde vivia desde a mocidade.
                                         Na terça-feira, 28 de junho e 1898 pela manhã chegamos a Bahia. Após as formalidades legais tomamos um saveiro rumo a terra, tendo saltado na escada da atual rua Miguel Calmon, em frente à rua Pinto Martins onde naquele tempo existia o Mercado de Santa Bárbara, precisamente, entre o prédio do Banco Econômico e o prédio da Companhia Aliança da Bahia. Encontramos no cais o Sr. Nicola de Felippi, patrício residente em Canavieiras que então usava barba. Daí nos dirigimos para o Hotel das Nações que era perto, Isto é, por cima do Mercado de Santa Bárbara. Esse Hotel que pertencia a um italiano foi onde nos instalamos até o dia da partida para Canavieiras.
                                         Durante a estadia na Bahia passeamos muito e íamos fazer as refeições no Restaurante “Dois Mundos”, situado por baixo da Associação Comercial, onde o velho parodiando um dito que se usava em Paola dizia-nos”vos coloqueis debaixo dos pés de São Caetano”.
                                         No dia 13 ou 14 de julho, viajamos para Canavieira no vapor da bahiana com o “comandante Antão” passando por Camamú e Maraú onde se via uma Usina com torre que servia para a refinaria de petróleo que estrangeiros gananciosos e inescrupulosos, pelo suborno, conseguiram fechar sob a afirmação de que a quantidade de petróleo era tão mesquinha que não valia a pena explorar. No dia imediato passamos por Ilhéus que naquele tempo era um lugar muito atrasado.
                                         Finalmente no dia 16 de Julho chegamos a Canavieiras onde nos esperavam os irmãos Peppino, Chichilo e Miguel, além de outros parentes. Saltando de bordo rumamos para a casa de morada situada bem perto do porto. Ao entrar na mesma a minha saudosa mãe ficou decepcionada em ver uma casa baixa de telha vã, semelhante às casas de campo de gente pobre na Itália. Achamos em casa um senhor negro, idoso, cozinheiro de nome Filipo, estranho para todos, mas que cozinhava bem e ao meio dia iniciamos o almoço com a assistência de alguns parentes.
                                         Sendo a casa relativamente pequena porque grande parte era a casa de negocio do meu saudoso pai, eu e o irmão Miguel íamos dormir na Rua do Porto em uma casa de negocio, gerenciada pelos irmãos mais velhos, Peppino e Chichilo. Depois de alguns dias passados em Canavieiras rumei para Belmonte em companhia do irmão Chichilo no dia de São Domingos, ou seja, 4 de agosto. No dia imediato abrimos uma casa de negocio num prédio alugado a D. Laurinda e Fortunatinho situado a Rua Coronel Jose Gomes, apelidada 7 de  janeiro. Naquele tempo as ruas 7 de Janeiro e Camba, hoje Antonio Muniz eram verdadeiros covis de algazarra, por ser zona das raparigas da vida freqüentadas pelos piores beberrões da cidade quando esta vivia na opulência devido a alta do preço do cacau. Nos dias de sábado e domingo era um verdadeiro inferno com sambas, batucadas, bailes que quase sempre acabavam em barulho. Com tudo isso era a cidade modelo, residência das melhores.
                                        Famílias da terra entre as quais as do coronel Jose Gomes de Oliveira (Cassari), Major Antonio Maria de Melo (Pau Assu), Cel. Pedro Pereira de Amorim (Ventura) e seus irmãos Antonio, Dendê e Chiquinho. A família Conceição de cuja linha era tida como melhor expoente o Cel. Frontino Eunápio da Conceição, Cel Licinio de Almeida Brazão, Elpidio Camelyer, Demetrio Guerrieri e outras.
                                         Apesar da política intricada havia sempre boas reuniões com bailes em casa do Cel. Jose Gomes, chefe político de grande prestigio e Intendente Municipal. Havia também muita jogatina devido à facilidade de dinheiro em conseqüência da alta do preço do cacau. Em vez de melhorar a posição financeira dos lavradores, piorou bastante. O uso e abuso que faziam do credito deixou muitos na miséria.
                                         Tendo o irmão Chichilo seguido para a Capital, em companhia de meu pai a fim de fazer compras para as casas de negocio, fiquei em Belmonte onde passei o primeiro São João. Foi um verdadeiro pandemônio com fogos, busca-pés sendo preciso botar areia debaixo das portas para evitar incêndios. Sempre havia vários acidentes com mãos  arrancadas etc. Nas festas religiosas depois da novena havia os celebres leilões que às vezes por caprichos dos contendores rendiam vários contos de réis.                                                                                                     
                                           Era leiloeiro tradicional o velho abatedor Lino Guimarães. Havia também a política das filarmônicas. A 15 de setembro (Maribondos) e Bonfim (Morcegos). Nós éramos partidários desta ultima porque dela fazia parte a conceituada família do Cel. Jose Gomes da qual sempre fomos íntimos continuando até hoje a consideração com os descendentes desta tradicional família da qual fazia parte um dos nossos maiores amigos o Dr. Wenceslau de Oliveira Guimarães casado com D.Rôla.  
                                        Os negócios iam correndo bem a ponto de meu pai ir a Belmonte para abrir outro negocio. Uma loja (filial) a Praça 13 de maio pelos patrícios apelidada Praça Calábria, pois todos os nossos parentes Magnavita tinham negócios e residência na dita praça. Neste novo negocio as coisas não andaram bem pelo que meu pai resolveu acabar com a loja mandando as mercadorias para o Salto Grande divisa de Bahia e Minas Gerais. Ali os negócios correram mais ou menos bem até a liquidação, sendo que o saudoso Major Sabino Alexandrino Pinheiro, homem de bem e de grande prestigio político deu hospedagem aos irmãos Peppino e Miguel durante a estadia naquela localidade.
                                       Os negócios da Matriz em Canavieiras e a filial em Belmonte iam correndo bem. Em principio de Janeiro de 1900 chegou também o irmão Luciano que tinha ficado na Itália devido o serviço militar. Na volta de meus irmãos de Salto Grande, meu saudoso velho resolveu iniciar a compra de cacau em Belmonte sob a firma “Benino Magnavita & filhos” no mesmo lugar onde tivemos loja na Praça 13 de maio. Por conta da firma Brahem & Wildberg da qual era chefe o Sr.Hermano Brahem e gerente  da firma que tinha a Matriz em Canavieiras. Os demais que tinham firma João Lopes da Costa Pinho (conhecido como João Papagaio) português, Carlos Muller, alemão e seu irmão Jorge, Capitão Casemiro Barreto, Abres Albino da Costa e outros cujos nomes não me recordo. Com o prematuro falecimento do Sr. Hemano Brahen, essa firma foi substituída pela firma Muller & Cia da qual vieram fazer parte mais tarde Carlito Muller irmão de Frederico Henrique Wuitrick e Jacob Scheneider, posteriormente meu amigo e compadre, padrinho de minha filha Olga.
                                     No mês de agosto de 1908, preparava-me para ir a romaria a Igreja de Nossa Senhora da Ajuda em Porto Seguro deixando meu pai em Canavieiras adoentado. Chegando a Belmonte e conversando com o amigo João Lopes este me falou que havia sabido da grave moléstia de meu pai (coração). O que não me conformei julgando haver um equivoco, pois o mesmo não tinha sintomas de moléstia do coração. Desfiz a viagem de Porto Seguro e regressei a Canavieiras de onde telegrafei e escrevi ao amigo Alfredo Ruas para me dizer algo sobre o assunto. O referido amigo havia apresentado meu pai ao ilustre clinico Dr. Castro Rabelo para consulta e respectivo tratamento. A resposta foi fatal e nestes termos: Diz Dr.Castro Rabelo, “moléstia seu pai, câncer no piloro, infelizmente impossível salvação”. Diante desta resposta fiquei pasmado ante nada poder fazer. Meu desejo era levar o velho para a Itália. Já agora não havia outro jeito a não ser conformar com a vontade de Deus. Passamos uns dias em Canavieiras em companhia da velha e depois seguimos para Belmonte onde estavam nossos interesses. Ele faleceu neste mesmo ano de 1908.
                                      Em 1915 na Itália contrai núpcias com D. Vicentina Tosto Magnavita filha de Domenico Tosto e Rosa Domasco que me tem sido uma companheira devotada e encorajadora. Do consorcio possuo os seguintes 12 filhos: Profa. Maria Luigia Magnavita Galeffi, catedrática da Universidade Federal da Bahia casada com o prof. Romano Galeffi; Bel. Arnaldo Magnavita, advogado no Rio de Janeiro casado com D. Christina Magnavita ; Prof. Flavio Magnavita docente da Faculdade de Filosofia; Prof.Italia Magnavita Schaun professora da Universidade Federal de Filosofia casada com o jornalista Raimundo Augusto Schaun; Profa. Olga Magnavita Batista Neves casada com o Prof. Jaoquim Batista Neves, catedrático da Faculdade de Filosofia; Licenciada Carmelina Magnavita Almeida, casada com o Dr. Luis Rodrigues Almeida Filho; Arquiteto Pasqualino Romano Magnavita professor da Escola de Arquitetura; Engenho Agrônomo Armando Salvador Magnavita, casado com a Sra. Silvia Spinola Magnavita; Sr. Aloísio Décio Magnavita, casado com a Profa. Silvia Ramos Costa Magnavita, Engenheiro Agrônomo Francisco de Paula Magnavita casado com a Profa. Maria Jose Rebouças Magnavita; Veterinário Michele Magnavita casado com a cantora Letícia da Silva Magnavita; Engo. Jose Maria Magnavita casado com a Sra. Maria Muraro Magnavita. Possuo 24 netos.

BIOGRAFIA DE HORTENCIO - ERNESTO

ERNESTO MAGNAVITA (HORTÊNCIO)

Por Manuel Costa Magnavita. (Neto de Ernesto)

                                       Os Magnavitas chegaram a Canavieiras em 1891, em primeira leva, entre tios, irmãos e primos, logo após a Lei Áurea que dava a libertação dos escravos em 1888. Chegaram com os primeiros imigrantes italianos para substituir a mão e obra escrava e incrementar a tecnologia agrícola e cultura européia entre os gentios, senhores de engenho, coronéis do cacau e escravocratas, entre eles: Francesco Joseph (Chichilo), Vicentino Magnavita, Hortencio (Ernesto) Magnavita e outros todos vieram no navio “Citta de Genova” até o Rio de Janeiro: de Salvador para Canavieiras, via Camanu, chegaram no vapor da Bahiana cujo comandante era Antão. Todos estes chegaram primeiro a Canavieiras e com exceção de Hortencio e Martino (Agostinho) os demais foram para Belmonte.
                                        Em segunda leva, entre 1895 a 1898 aportaram em Canavieiras com destino a Belmonte; Benino e seu filhos Luciano e Pasquale,  Ercole (Herculano), Alessandro e o filho Salvatore, Luigi (Luis) com os filhos Domingos e Vicente . As mulheres parece que vieram e voltaram para Paola.
                                        Os italianos agricultores, como eram os Magnavitas, tinham no quadro familiar por cultura e religiosidade, a “nona” (avó) e a “mama” (mãe). A devoção à espiritualidade dos Santos, principalmente São Genaro e Boaventura e pela ternura da presença feminina nas decisões do lar.
                                        Os Magnavitas são descendentes de Paola, cidadezinha no sul da península italiana que na época da imigração, por motivos políticos, teve a sua classe de agricultores atingida pela pobreza do descaso governamental. Os lideres da época voltaram-se para a industrialização, seguindo o modelo Inglês e Alemão.
                                       Magnavita é um nome composto: magna e vita que significa “grande vida” ou “vida longa”no sentido de longevidade e não magnanimidade ou magnatas como querem alguns. Eram camponeses cujo trabalho era um exercício constante na em suas vidas. O vinho era um complemento alimentar e pela alegria como uma correta atitude de vida ornada pelas belas musicas e danças ítalas.
                                       Poucos italianos que imigraram para o Brasil vieram para o sul da Bahia.
                                     Os Magnavitas como outros italianos destacaram-se entre os pioneiros, na firmeza da vontade, no idealismo realizador, no esforço bandeirante e na ideologia edificadora. Basta citar que a idade mínima para imigrar da Itália era de 18 anos, então o caçula da família italiana Ernesto Magnavita exatamente com 16 anos imigrou com a certidão do seu irmão, Ercole Magnavita (Herculano) por vir desacompanhado dos seus pais e tal como Abrão que mudou seu nome para Abraão e fundou um povo diante da tenacidade do sonho e força da persistência. Hortencio Magnavita nasceu em 24.12.1867 morou com a família em Canavieiras, hoje com raízes em Salvador, Rio de Janeiro e muitos outros municípios do Brasil.
                                      Os Magnavitas junto com os Belmontes, os Paternostros, os Minervinos, os Madeiras, os Sabinos, os Miralhas, Scovino, Sarnos, Laroca, Campana e tantos outros praticamente fundaram Belmonte e alavancaram o progresso e o desenvolvimento de Canavieiras. Contribuíram para novos rumos e conceitos ao estabelecimento cultural dos Vieiras e Gentios quer pela religiosidade quer pela musica, festividades, danças, alegria e hábitos alimentares, moda e comercio.
                                        Como  curiosidade, devo abrir um parêntese e destacar os Magnavitas e outros demoravam por volta de 30 dias para a travessia do Atlântico Sul. Nesse percurso foram duramente atingidos pela cólera, devido a falta de higiene dos embarcados. Os navios vinham com imigrantes até nos porões, não muito diferente dos navios negreiros que trouxeram os escravos para o Brasil. Em absoluta pobreza esses heróis ainda tiveram que sofrer a quarentena no Rio de Janeiro antes de cada um seguir os seus destinos.
                                         Foi nessa quarentena que Hortencio reconheceu uma menina alegre de nome Thereza, filha dos Matera (Madeira) com destino ao sul da Bahia em busca do ouro verde, o cacau, enquanto a maioria seguiria para os cafezais paulistas e para a uva e vinhos de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O sucesso dessas culturas eram mais certas nos estados de clima frio. Thereza Madeira nascida em 1881, irmã do saudoso João Madeira, veio muito jovem em companhia dos pais e foi registrada civilmente como nascida na cidade do Rio de Janeiro. Como tivessem vindo da mesma cidade de Paola é de se presumir que este casal já houvera se encontrado antes talvez por volta dos dez anos dela e dos 16 dele que cinco anos após a pede em casamento.
                                          Assim em Canavieiras no dia 25.01.1892 aos 21 anos, Hortêncio Magnavita filho de Salvadore Magnavita e de dona Maria Francesca Condino de Paula na Itália e Thereza Bela Madeira de 15 anos, filha de Salvadore Matera e de dona Philomena Bela Matera da cidade de Paola depois de preenchida as formalidades legais casaram-se e constituíram família de 12 filhos: Eduardo Magnavita casado com Morena Magnavita Ribeiro; Ernestina Magnavita Freitas casada com Otto Maia Freitas; Alzira Magnavita Menezes casada com Waldemar Magalhães de Menezes; Amélia Magnavita de Mello casada com Augusto Mello; Antonio Magnavita casado com Valdice Magnavita Maia; Adélia Magnavita Ribeiro(Dede) casada com Antonio Alves Ribeiro; Alfredo Magnavita casado com Ednair Costa Magnavita; Edith Magnavita(Didi) casada com  Erico Silva; Waldemar Madeira Magnavita(Vavá) casado com Iraci Madeira Magnavita e em segunda núpcias com Maria de Lurdes de Araújo Magnavita ; Helena Magnavita ; Jose Magnavita (Zezinho) casado com Stela Weber Magnavita.
                                          Hortêncio homem de ação e denodo, de coragem e visão criadora assim que chegou a Canavieiras a par dos serviços do cacau e através de seus irmãos na Itália, desenvolveu junto as tarefas agrícolas a profissão de Mascate, espécie embrionária de representante de vendas ou corretor de negócios. Fornecia entre muitos produtos de um empório nascente: a casimira inglesa; o linho e o chapéu panamá; roupas, toalhas de mesa e banho italianas, sapatos importados da Europa; artigos finos e de acabamento; vendia o querosene como fonte de luz e muitos outros bens de alimentação, vestuário e consumo.
                                          Entre tantos serviços prestados por Hortêncio Magnavita a cidade de Canavieiras quer pela beleza exuberante e clima sedutor ainda conquistou a sua alma; o desenvolvimento comercial; o fortalecimento do porto; a construção dos velhos sobrados do porto que hoje constituem a beleza e atração da cidade histórica força tarefa herdada por seu filho Antonio Magnavita; o melhoramento da agricultura do cacau e o esforço para armazenamento e melhorias para exportação; armazéns na zona do cais do porto. A herança do trabalho agrícola coube ao filho Eduardo Magnavita. O comercio de roupas, sapatos, secos e molhados coube aos filhos Jose e Alfredo Magnavita. O estudo e a formação em medicina foi tarefa do filho Waldemar que reside no Rio de Janeiro. As mulheres em numero de sete, seguiram o curso Normal tornando-se professoras e depois o curso Universitário principalmente para Amélia Magnavita Mello respeitada e conhecida em Salvador como mestra qualificada e do mais alto porte humanitário.
                                     Hortêncio, meu avô emprestava dinheiro a juros regulares e, segundo o meu pai Alfredinho, não tinha a ganância do lucro. O objetivo era acima de tudo de proporcionar o capital necessário aos investimentos dos canavierenses, pois na época as exigências do cadastro eram grandes por parte das “Casas Bancarias” pequenas e incipientes. 
                                     Hortêncio como capacidade comercial, educacional e visão européia colaborou junto ao Dr. Antonio Salustiano, intendente, político de prestigio e força para propor os sepultamentos no Cemitério Público fundado em 1892. Esse cemitério sofria a concorrência do Cemitério da Irmandade Cristã desprezado em virtude da crença religiosa do corpo ”guardado” junto a igreja para facilitar a ressurreição quando da volta de Jesus. O que ele pretendia era evitar o risco de cólera e do mau cheiro que cercavam as igrejas e suas capelas.
                                    Hortêncio não se dedicou à política, porem, gozava de prestigio e força junto aos intendentes e políticos locais. Ele influenciou as autoridades para a construção da cadeia pública em 1900 e o belo prédio onde se instalou a Biblioteca Municipal.
                                    Hortêncio enquanto homem de negócios, mesmo jovem e recém chegado contribuiu e auxiliou a construção do magnífico prédio da Prefeitura levado a cabo pelo Dr. Salustiano Viana em 1899. Auxiliou na administração municipal para anular o antagonismo dos adversários e críticos locais que o classificavam como “obra-faraonica”. Sempre em busca da higiene como prevenção da saúde lutou para melhoria e construção de um matadouro moderno.
                                    Hortêncio entre muitos, de 1912 a 1932 contribui com esforço e recursos para a construção da Igreja Matriz de São Boa Ventura. O Santo Padroeiro de Canavieiras é também Italiano.
                                     Meu pai Alfredo Magnavita retrata o amor de Hortêncio por Canavieiras como seu torrão natal de coração. Com uma caligrafia elogiada por todos Alfredo respondia as cartas de meu Avô como verdadeiro escrivão. As cartas vindas da Itália, a maioria de sua mãe que escrevia mensalmente, rogava seu retorno a Paola entre lagrimas e soluços. Ele era o filho caçula, o filho da velhice, o grande amor do coração da “mama” Maria Francesca que o queria de volta. No final de sua vida D. Maria Francesca sentou-se numa cadeira em frente à porta dizendo que havia sonhado com o filho retornando devido a tanta saudade e desejo de rever o seu “bambino”. Hortêncio jamais retornou a Itália porque fincou raízes em Canavieiras, a viagem era longa, perigosa e cara. 
                                      D. Maria Francesca Condino morreu sentada em uma cadeira em frente à porta da rua de sua casa que por exigência dela, não era fechada em nenhuma hora do dia ou da noite havia meses, na espera da volta do filho. Este fato ficou registrado na cidade como “o afetivo coração da mama de Paola”.
                                       Hortêncio Magnavita faleceu em 14.5.1947 cuja lapide se encontra em Canavieiras e quase um ano depois, Thereza em 24.6.1948.   

BIOGRAFIAS

MARTINO PIETRO FRANCESCO MAGNAVITA



                                      Nasceu em Paola na província de Cosenza – Itália, em 13 de novembro de 1864 às 12 horas na Rua Rocchetta. Seus pais eram: Salvadore Magnavita di Francesco e Maria Francesca Condino di Carlo, ambos também de Paola.
Seus irmãos: Benino Magnavita casado com Maria Luigia Condino; Giovanni Magnavita(João) com Adelina Cesário; Ercole(Herculano) com Maria do Rosário depois com Laureta Cilento, Alessandro com Venera Perrota; Luigi(Luis) com Filomena Perrota e Ernesto(Hortêncio) com Tereza Madeira(Matera)e suas irmãs ficaram na Itália.
                                      Martino Magnavita que depois aportuguesou o nome para Agostinho Magnavita chegou ao Brasil com o intuito de ficar rico e voltar para se casar com Adelina Maria Fortunata Storino, nascida em 1.1.1876, filha de Giuseppi Storino e Maria Carmela Cilento.
                                      Ao contrário dos 98 % dos italianos que foram para São Paulo e ao Sul do país para trabalhar na lavoura do café, vinho etc, ele chegou em Canavieiras, jovem, com a ajuda dos patrícios Antonio Itria, o filho Giacomo Itria , o genro deste Ercole Magnavita(Herculano), casado com a filha Maria do Rosário Itria. Martino Magnavita (Agostino como era mais conhecido) em 1891 já tinha uma propriedade registrada no cartório, um armazém de cacau na R. Felinto Mello 13, no centro de Canavieiras.
                                       Ele retorna a Itália e casa-se com o grande amor de sua vida aos 32 anos em 9 de julho de 1897, na Rua Corso Garibaldi, 93, ela com 21 anos. Este acontecimento está registrado na peça teatral musicada com a direção do seu bisneto, jornalista Antonio Cláudio Magnavita Castro chamada “COMUNITÁ” em cartaz no Rio e S.Paulo com o maior sucesso.
                                       Curiosa é a observação na ata de casamento onde Adelina querendo casar em sua própria casa pede ao Tio Giuseppe que era médico, um atestado para não se deslocar ao cartório e esse anota que ela tem reumatismo. O pretexto é aceito e a festa de casamento é logo a seguir em suas dependências as 21:50 horas. Fecha a ata com a seguinte frase: “O esposo e a esposa sabiam assinar”.
                                      Como referência a data da chegada ao Brasil para o Setor de Naturalização e Nacionalização do Ministério da Justiça ficou registrada como sendo em 28.12.1898 no navio Lãs Palmas. Não só Martino como vários Magnavitas tiveram inúmeras passagens no setor de imigração das alfândegas brasileiras.
                                      Em Paola nasceu Francisco Storino Magnavita,  casado com Justina Jouguet Magnavita e em segunda núpcias com Amélia Maria de Souza.  No Brasil nasceram: Silvio Magnavita (Comerciante, Vereador de Canavieiras-PSD), provedor da Santa Casa e Presidente da Lira do Comercio), casado com Eleonisia Ribeiro de Deus descendente dos fundadores de Canavieiras(Antonio Dias Ribeiro,1746, Jose Archanjo Ribeiro *19.9.1833 +5.7.1862), Honorina Magnavita Gross, casada com Rafael Gross; Matildes Magnavita Martire, casada com Nicola Martire; Eugenio Magnavita, casado com Valtrudes Oliveira Magnavita; Ida Magnavita Bezerra, casada com Gabriel Torres Bezerra: Aluysio Magnavita, casado com Adalgisa Oliveira Magnavita; Arnaldo Magnavita; Boaventura Magnavita; Agostinho Magnavita, casado com Rachel Magnavita . Os Magnavitas se estabeleceram em Canavieiras, Salvador, Belmonte, Ilhéus, Itabuna e Rio de Janeiro.
                                       Os laços entre Brasil e Itália se estreitaram quando do casamento do Imperador Pedro II com a Princesa Tereza Cristina Maria, filha do rei das Duas Sicilias. A irmã de D.Pedro II também viria a se casar com o Conde d’Aquila irmão da Imperatriz. Esses dois casamentos uniram real e potencialmente o Brasil a uma das mais prestigiosas casas coroadas da Itália.
                                         Os imigrantes levavam quase 30 dias para chegar ao destino. Atravessavam o oceano perigoso, desde o Mar Mediterrâneo, Ligúria, (Genova) onde pernoitavam vindo de trem de Paola (Tirreno) até Salvador, Rio de Janeiro ou Santos e depois Canavieiras. Os desbravadores largaram a terra natal, em plena unificação para buscar melhores condições de vida numa terra desconhecida.
                                         Nada acontece ao acaso como sabemos. Nas condições mais adversas de transporte e comunicação nas terras do sul da Bahia com cobras e todos os tipos de enfermidades dos trópicos. Com o calor insuportável até a nova adaptação, pois se trabalhava das 6 horas até às 11  horas e retornava às 14:00 horas até o escurecer. Naquela época já fazia o comercio do cacau no armazém “ORQUIMA” Indústria Química Reunidas S.A. de sua propriedade.            
                                         Após o jantar, todos os dias, Martino sentava próximo da praça do porto de Canavieiras para conversar com seu melhor amigo Salvador Minervino, casado com Angiolina di Seta.  Era a compensação após um dia de trabalho, a noite fresca e o descanso merecido.   
                                         Na travessia corajosa do oceano imenso que certa vez afundou o navio “Mafalda” com 300 pessoas mortas, os imigrantes não se deixavam desanimar. Navegavam nos porões em condições desumanas e alguns morriam no caminho.  Na quarentena quando da chegada aos portos era humilhante a separação, mas necessária para não trazer doenças infecto-contagiosas ao novo país. 
                                         Foi com a epidemia da (1) “peste negra” que milhares de pessoas morreram na Europa. Logo após a saída de quase 1 milhão e meio de Europeus estourou a(2) I Guerra Mundial. Mesmo tendo que desbravar um novo território como verdadeiros expedicionários, esses corajosos imigrantes, em particular nossos bisavós que enfrentaram as adversidades para a própria felicidade de cada um. Hoje somos ramificações ou membros desta grande arvore genealógica graças a esses inspirados heróis.   Outras catástrofes também rondavam o velho mundo como declara Pasquale Magnavita  (Minhas Recordações”,  p.20):
                                      ”Familiares de(3) Messina pereceram no Terremoto em 28 de Dezembro de 1908”.
                                        Sem levar em consideração que perto dali existe um vulcão chamado (4)“Vesúvio” que em tempos passados petrificou pessoas e acabou com as cidades de Pompéia e Herculano. Foi nesse mesmo território da Itália, parte do palco central da(5) II grande Guerra Mundial onde morreram 55 milhões de pessoas.  Na Europa morreram especificamente 20 milhões e outros tantos milhões com suas vidas destruídas.
                                      Os imigrantes italianos contribuíram com o desenvolvimento do sul do Estado da Bahia e hoje ocupam os cargos nas prefeituras, governos, embaixadas, universidades.
                                        Em seguindo os conselhos da carta de Pero Vaz de Caminha “que se plantando tudo dá” cultivavam o cacau. Os italianos se integraram perfeitamente em todas as áreas de trabalho fazendo parte da índole do povo brasileiro receptivo e hospitaleiro.
                                       A terceira geração dos descendentes de italianos no Brasil (Bahia) na grande “Árvore Genealógica dos Magnavitas”, estão os filhos de Silvio Magnavita e Eleonisia Ribeiro de Deus Magnavita que cedo deixaram a vida no interior para buscar melhores colégios na Capital e por lá ficaram: Valma Seda (Professora) casada com Célio Seda   (comandante do esquadrão de Transporte aéreo da FAB no Amazonas), Raymunda Magnavita Nogueira(Pecuarista) casada com Frederico Rodrigues Nogueira(Funcionário da Petrobras), Dilma Magnavita Castro (Proprietária do Jornal de Turismo do Rio) casada com Waldir Araujo Castro (Delegado Regional do Ministério da Educação da Bahia e Sergipe), Silvia Magnavita Barbosa(Comerciante) casada com Guede Barbosa (Capitão dos Portos do Espírito Santo), Domingos Augustinho de Deus Magnavita (Representante de Laboratório) casado com Daiva Souza Magnavita(Funcionária Pública Federal), Selma Magnavita Menezes (Professora e Presidente do Movimento das Donas de Casa) casada e com Marcio Seabra Menezes (Diretor da Instalofone ), Francisco Elmo de Deus Magnavita(Funcionário Publico Federal do DNER) casado com Itassucê Moreira Magnavita (Funcionária Publica Estadual ex-diretora do C.E Eduardo Mamed).
                                         O primeiro filho de Martino foi Francesco Storino Magnavita(Chichilo)era comerciante e teve os seguintes filhos com Justina Sivano Juguet Magnavita: Mario Juguet Magnavita casado com Dinalva Magnavita Siciliano; Clery Juguet Magnavita casado com Iraci Brandão Magnavita; e Helenita Juguet Magnavita. Em segundas núpcias com Amélia Maria de Souza Magnavita ele teve mais 7 filhos; Nei Souza Magnavita casado com Maria Terezinha Medrado Magnavita e após Jandira Maria Pinheiro Rivas Magnavita; Nivaldo Souza Magnavita (Agrônomo) casado com Maria Deuzari Costa Magnavita; Neide Souza Magnavita ; Nely Souza Borges Magnavita casada com Francisco Jose Falcão Borges; Luis Arnaldo Souza Magnavita; Francisco Storino Magnavita Filho e Sidney Souza Magnavita
                                          O terceiro filho de Martino foi Honorina Magnavita Gross casada com Rafael Gross e depois com o já genro Nicola Martire. Não se tem noticia de filhos do casal.
                                         O quarto filho foi Maltides Magnavita Martire casada com Nicole Martire e com o falecimento desta uniu-se com a outra irmã. Desse casamento surgiram duas filhas: Edna Magnavita Martire e Yolanda Magnavita Martire casada com Vitorino Freire Sobrinho.
                                         O quinto filho foi Eugenio Magnavita casado com Valtrudes Oliveira Magnavita e teve os seguintes filhos: Gualberto Magnavita casado com Dinorá Marcos de Santana Magnavita ; Rosalia Magnavita casada com Edson Ramos; Joselito Oliveira Magnavita casado com Rita Barreto Lima Magnavita; Eugenio Magnavita Filho casado com Joana Barbosa Magnavita; Maria da Ajuda Magnavita Souza casado com Deraldo e depois com Jose Fonseca Souza.
                                         O sexto filho de Martino foi Ida Magnavita casada com Gabriel Torres Bezerra não temos noticia de filhos do casal.
                                         O sétimo filho foi Aluysio Magnavita casado com Adalgisa Oliveira Magnavita que tiveram os seguintes filhos: Terezinha de Jesus Magnavita Lyro casada com Artemio Boa Ventura Lyro; Antonio Magnavita casado com Valma Loreiro Magnavita; Aloísio Magnavita Filho(Técnico em Telecomunicações)casado com Maira Marlene Magnavita; Ubirajara Oliveira Magnavita casada com Vilma de Oliveira Magnavita; Adelina Oliveira Magnavita Ferraz casada com Antonio Gonçalves Ferraz ; Jorge Luis Magnavita casado com Maria da Penha Coutinho Magnavita.
                                          O oitavo e o nono foram Arnaldo Magnavita e Boaventura Magnavita que só obtivemos informações no cartório de Canavieiras.
                                         O décimo e ultimo filho foi Agostino Magnavita, nome que o pai utilizou como aportuguesado de Martino, casado com Rachel Magnavita que tiveram uma única filha Erly da Conceição Magnavita.(Oficial de Justiça)
                                          Adelina Maria Fortunata Storino muito doente saiu de Canavieiras e foi morar com as filhas e o caçula no Rio, lá faleceu em 1945 e foi enterrada no Cemitério do Caju.
                                           Cada um desses filhos já geraram uma media de 3 outros filhos. Alguns dos nomes acima já se aposentaram outros morreram para dar continuidade a mais gente que vem chegando como tataranetos. Assim inicia-se a quinta geração dos brasileiros descendentes de Italianos. Graças a esses desbravadores do passado que cruzaram os oceanos, nós devemos as nossas vidas.
                                           Em breve será editado o livro “Italianos na Boa-Terra” com toda a arvore genealógica dos Magnavitas pesquisadas no Brasil.
                                          Outro fato relevante que aconteceu recentemente na vida desse tronco dos Magnavitas que deve ser considerado um milagre foi o desimpedimento judicial da propriedade narrada no inicio quando da chegada ao Brasil de Martino comprada dele por Silvio. Só agora recentemente foi liberada e vendida. Cento e quinze anos após a sua chegada, todos os filhos receberam o premio em memória dos que se sacrificaram.
                                          Humildemente, pode-se dizer que eles estão atentos a tudo o que acontece no ramo familiar e que cada um merece aquilo que planta. Saudamos a todos os antepassados em intenção das suas almas com uma missa em conjunto com os familiares no dia 26.12.2005 na Igreja de Nossa Senhora da Luz no bairro da  Pituba em Salvador.  
                                         Assim como não somos um país sem memória, não somos também uma família sem elo.  Existe um dia no ano onde todos são convidados para conversar, tirar fotografias e levar um prato para almoçar juntos com José Magnavita Menezes e Luis Antonio Magnavita Chetto.
                                        Se os homens das cavernas escreviam nas paredes mostrando que eles existiram através dos hieróglifos, quem somos nós para deixar de anotar em computadores aqueles que nos antecederam.


Frederico Rodrigues Nogueira Filho e Marilena Henklain Garcia Nogueira (bisnetos)


1-Peste Negra ou Peste Bubônica como falam muitos dos nordestinos do Brasil quando se aborrecem com alguma coisa qualquer. È uma das piores doenças epidêmicas, pois tem índice de mortalidade muito alto. No séc. XIV, matou ¼  da população  Européia e na antiguidade varreu a Europa , Ásia e a África. A peste negra fazia surgir sob a pele manchas de sangue que se tornavam negras. A doença geralmente provoca tumorações dos gânglios linfáticos, chamadas bubões, de onde derivou o nome peste bubônica.A peste é transmitida aos seres humanos principalmente pela  por pulga de ratos infectados.Ratos caseiros e roedores selvagens, se atacados pela doença podem transmiti-la ao homem. A destruição de ratos e outras medidas de saneamento ajudam a evitar a propagação da peste.  A peste quase se extinguiu em fins do séc. XIX, mas em  1894 apareceu em  Hong-Kong,  um dos maiores portos do mundo. Dali os navios levaram-na ao resto do globo, especialmente na Índia. Mais de 10 milhões de pessoas morreram de peste na Índia nos 20 anos seguintes.
2-I Guerra Mundial  durou de 1914 a 1918. Começou com o assassinato do herdeiro do Reino austro-húngaro Arquiduque Ferdinando e sua mulher Sofia por um jovem estudante bosniano que vivia na Servia e terminou com a entrada dos EE.UU e logo em seguida com um péssimo armistício .  Mais de 5 milhões de soldados aliados e 3 milhões e meio de soldados das potencias centrais morreram na guerra. A  I tália desta vez foi aliada e só entrou no fim em 1917.para conquistar da Áustria e da África. A entrada da Itália ajudou os aliados a tomarem o Mediterrâneo.                          
3- Terremoto de Messina 75 mil mortos na Itália. Teve outro antes desse na Região da Calábria em 1783 que matou 50.000 pessoas. Mais recentemente em 1915 em Avezzano     30.000 mortos.
4- Vesúvio – o mais famoso dos vulcões do mundo em 79 D.C  ele entrou em erupção destruindo as cidades de Pompéia, Herculano   e Stabia na Itália e sepultando-as debaixo de uma enorme massa de cinzas, poeira e brasas. Hoje em observação continua.  Outro famoso vulcão ativo é o Stromboli situado em uma ilha no litoral sul da Itália. Também existe um vulcão ainda intermitente na Sicília que entra em erupção em períodos regulares.  
5-II Guerra Mundial – iniciou em 1939 com o ataque a Polônia pela Alemanha e terminou em 1945  efetivamente.  A Itália com Mussoline ficou do lado dos Alemães com medo de Hitler destruí-la e acabou sendo destruída pelos aliados.  Mussoline foi destituído e a Italia no final da guerra passou a ser aliada em 1943. Os aliados esperavam que os soldados italianos atacassem as guarnições alemãs, mas a maioria deles se deixou render. O total de mortos referem-se a  civis e militares