terça-feira, 7 de dezembro de 2010

BIOGRAFIA DE LUCIANO MAGNAVITA FILHO DE BENINO

LUCIANO MAGNAVITA, MEU AVÔ.
                         
                                      Meu avô Luciano era filho de Benino Magnavita, meu bisavô que nasceu por volta do ano de 1850 em Paola na província de Cosenza na Itália e faleceu no ano de 1908 na cidade de Belmonte. Ele era casado com minha bisavó Maria Luigia Condino nascida em 8 de outubro de 1852 também em Paola, cujos pais eram Giovanni Condino e Marietta Della Fantana tendo como irmãos Federico Condino, sendo dois deles mortos no terremoto de Messina na Sicilia, Carlos Condino e Concentina Condino.  Minha bisavó faleceu em 9 de setembro de 1939 em Belmonte na Bahia.
                                      O documento de meu avô tirado no Brasil em 4 de maio de 1943, diz que ele nasceu  em 15 de setembro de 1877, registrado na cidade de Cosenza e naturalizado brasileiro. Casou-se com Hormina Cardozo em 14 de março de 1908 em Belmonte. Ela natural de Belmonte filha de Macedônio da Silva Cardozo e de Esmenia de Mello Cardozo. Como profissão está registrada “agricultor” cor branca, olhos claros, cabelos brancos, bigode rapado, barba rapada, tinha uma cicatriz deprimida na região malar esquerda. Morreu no rio de janeiro no dia 16 de janeiro de 1956.
                                      Meus tios eram: Michelle Magnavita nascido em 16.8.1880 em Paola-Itália, casado com Vitoria Alves de Jesus, faleceu em 12.1.1936 em Belmonte-Ba; Pasquale Magnavita nascido em 9.11.1882 em Paola-Itália, casado com Vicenza Tosto Magnavita tendo falecido em 17.7.1977 em Salvador-Ba; Francesco Magnavita (Chichilo)  casado com Maria Luigia Magnavita e falecido em 6.12.1955 em Belmonte; Filomena Magnavita Storino nascida em 1885 em Paola e casada com Salvador Storino tendo falecido em 4 de setembro de 1955 em salvador; Giuseppe Magnavita, o Peppino, nascido em 1884 e falecido em 23.1.1905 aos 25 anos em Napólis na Itália; Moises Magnavita nascido em 12.10.1891 em Paola na região da Calábria na província de Cosenza e casado com a filha de seu tio Ercole Magnavita chamada Assunta cujo avô era Antonio Itria . Seu irmão Giacomo Itria foi o fundador da primeira escola particular da capital de São Paulo. Foi um dos primeiros primos a se casarem com outros primos. Ele era o filho caçula dos irmãos de Luciano.
                                      Na minha certidão de nascimento, no espaço destinado ao nome do avô materno consta “coronel” Luciano Magnavita.
                                      Os pais de minha avó Hormina eram grandes fazendeiros, cacauicultores, na região sul da Bahia. Minha avó Hormina era a mais nova de muitos irmãos. Tinha dois anos quando sua mãe morreu. O bisavô Macedônio casou-se em segundas núpcias. Sua nova esposa, madrasta de minha avó, que a criou, chamava-se Adelaide, a qual era filha natural de um padre alemão com uma brasileira. Teve com meu bisavô mais 6 filhos enviando a metade deles para estudar na Alemanha. A outra metade ficou na Bahia. Um irmão de minha avó Carlito, filho dessa segunda união do bisavô Macedônio com Adelaide casou-se co uma alemã e trouxe a mulher com ele em Boca do Córrego onde era proprietário de terras. Eram os anos de 1930 e a alemã era natural de Berlim então uma das mais trepidantes cidades do mundo. Boca do Córrego só tinha uma única rua que subia em pequeno morro e mudava de nome conforme as quadras. Segundo conta minha tia Ivete, uma das irmãs que ficara na Bahia, os únicos eventos dignos de nota na cidade eram os enterros, quando a banda subia o morro e os músicos bebiam para agüentar a subida. Na volta todos embriagados faziam o enterro virar uma farra.
                                     A segunda esposa do bisavô Macedônio ficou também famosa por ter sido a inventora da geléia de cacau.
                                       A esposa de Carlito teve uma filha ali na região quando a criança completou 2 meses, ela fugiu com a filha de volta para Berlim. Anos depois durante a II  Guerra Mundial, a criança, então adolescente e tuberculosa conseguiu, com a sua certidão de nascimento de brasileira, vir para o Brasil, onde foi recebida pelo pai. Devidamente curada essa criança desabrochou na Bahia e mais tarde sagrou-se campeã Sul-Americana de Xadrez em torneios femininos.
                                       Lembro-me de meu avô Luciano aqui no Rio. Espírita Kardecista e muito religioso era alto, troncudo, mas com pernas e braços relativamente curtos. Quando o conheci, já tinha cabelos brancos. Era geralmente sério, mas quando tocavam no violão as músicas italianas, sua fisionomia se adoçava. Sabendo que era oriundo da Calábria onde segundo disseram predominavam os italianos de cabelos e olhos escuros, fiquei a imaginar que ele era descendente dos vikings, que ali também fizeram pousadas.
                                       Meu avô teve 9 filhos, sendo que um chamado Gilberto morreu afogado na praia da Barra em Salvador, quando ainda era criança. Seus filhos foram pela ordem de chegada: Adelaide Magnavita Braga, minha mãe, nascida em 16 de dezembro de 1908 na Boca do Córrego, mas foi registrada em Belmonte, faleceu em 1995, casou-se com o meu pai, Leopoldo Braga, nascido em 1º de março de 1904, advogado e homem de letras; Benino Cardoso Magnavita nascido em Belmonte-Bahia no dia 3 de fevereiro de 1910 e falecido em 7 de outubro de 1996. Foi médico tisiologista muito famoso no Hospital Curicica aqui em Jacarepaguá no Rio de Janeiro, casado com Esther Alves Magnavita. Em 1964 Benino era diretor do Hospital e recebeu a visita do Marechal Castelo Branco que o aconselhou a aplicar na Bolsa de Valores. As bonificações das ações se multiplicavam a cada ano. Sua carteira era composta principalmente de ações do Banco do Brasil e da Petrobrás. Parte da fortuna foi feita graças às valorizações das companhias de energia elétrica que pagou bonificação de 42 por cada ação e da Petrobras quando reavaliou seu ativo. Com fazendas de cacau e 240.000 cruzeiros depositados em agencia de banco em frente à Bolsa de valores, Benino era considerado o numero um dos investidores. Em 22 de julho de 1970 dá uma entrevista a “Revista Veja” aos 55 anos como prova de um dos mais habilidosos investidores da Bolsa do Rio; Alzira Magnavita Reis Lopes nascida em 5 de outubro de 1911 em Belmonte que herdou os olhos claros  casada com o médico Osvaldo Reis Lopes; José Cardoso Magnavita nascido em 16 de abril de1914 casado com Lilia Portugal Magnavita, poetisa radicados em Brasília; Liege Magnavita Villela nascida em 19 de dezembro de 1915 casada com Jose Oliveira Villela radicados em Salvador; Elvidina Magnavita Ramos, a Dininha, nascida em 30 de setembro de 1922 em Salvador e falecida em 15 de março de 2003 também em Salvador, casada com Péricles Alves Ramos; Ismênia Cardoso Magnavita que leva o nome da avó paterna, nascida em Salvador no dia 24 de outubro de 1926 tendo vivido em Brasília e não teve filhos: Gilberto Cardoso Magnavita nascido em 1917 e morto em 1926 aos 9 anos de idade; outro Gilberto Cardoso Magnavita  nascido em 18 de janeiro de 1930, advogado depois promotor no Paraná que moralizou a Justiça e não cedeu as tentações da corrupção casado com Dra. Lelia Lustosa Magnavita, nascida em 14 de abril de 1930 também da área do Direito.
                                        Meu avô Luciano chegou ao Brasil e fixou residência em Canavieiras depois Belmonte na Bahia em 1899. Tenho um documento datado de 11 de julho de 1942 assinado pelo Delegado da Ordem Política e Social dizendo que o Sr. Luciano Magnavita desde a sua chegada a Bahia em 31 de dezembro de 1899 até aquela data, não se tinha ausentado daquele Estado.
                                    Anteriormente no “Diário de Noticias” de 31 de agosto de 1937, meu avô Luciano publicou um artigo no qual faz declaração de amor ao Brasil elogiando sua beleza e suas riquezas, condenando ideologias políticas “estranhas” tanto a dos comunistas como as dos fascistas. Faz uma defesa enfática da Democracia. Nesse artigo meu avô declara ser o Sr. José Américo de Almeida o candidato do povo a futura Presidência da Republica.
                                    Meu avô veio para o Rio de Janeiro em 1944 seguindo os passos de minha mãe, sua filha primogênita e creio eu a predileta. Aqui fixou residência sempre perto de mamãe. Meu avô era considerado muito rico, pois possuía 22 fazendas de cacau na Bahia nas imediações de Belmonte, Pedra Branca e vale do Jequitinhonha. Segundo informações, uma das fazendas de meu avô tinha uma floresta virgem no seu interior a qual um homem a cavalo demorava mais de um dia para percorrer e atingir os limites legais do empreendimento. Todos diziam também que o irmão dele Pascoal tinha propriedades maiores e melhores no Sul da Bahia sendo muito mais rico do que Luciano.
                                     Quando meu pai, descendente de portugueses e espanhóis se aproximou de minha mãe, em Salvador, onde ela estudava, meu avô Luciano tentou de tudo para afastá-los, inclusive enclausurando a filha na casa que tinham em Boca do Córrego. Meu pai foi atrás dela em Boca do Córrego, com seus versos candentes e serenatas à janela. Meu avô mandava meu tio Benino, então adolescente terrível, jogar sobre meu pai os dejetos dos penicos da residência. Nada disso evitou que mamãe ao completar 18 anos, se casasse com Leopoldo Braga.
                                   Meu avô ajudava regularmente os filhos e netos, dando-lhes eventualmente algum dinheiro, ora mais, ora menos, conforme a safra de cacau. Também ajudava regularmente varias instituições de caridade, sendo que uma “Casa de Lazaro” um orfanato e um educandário para meninas era a sua preferida. Interessante é que esta instituição foi fundada e dirigida durante muitos anos por uma prima de meu marido Ruth Santana. Ali havia uma placa com o nome do meu avô como grande benemérito.
                                   Gilberto por ser o filho caçula sempre era o mais ajudado financeiramente enquanto estudava e todos morriam de inveja. Certo dia o pai deu um apartamento para ele em pleno Rio de Janeiro da boemia porque era o único homem solteiro, sem emprego, da família. O cacau dava 2 safras no ano e uma tida como “temporão”. Os grandes compradores de cacau pagavam a safra com um ano de antecipação.
                                   Quando vovô morreu, os filhos brigaram por questão de partilha das fazendas. Seu inventario durou 22 anos com vários lances dramáticos. Ao fim desse tempo, com as fazendas semi-abandonadas, a herança murchou. Mamãe ficou com a fazenda Viriato, também chamada Juruci que era pequena, mas muito fértil. Quando chegaram as nossas mãos, isto é, nas minhas e de meus irmãos, deu a praga da vassoura de bruxa, e nós as vendemos por um preço bem baratinho. Mas, 22 anos depois de sua morte, com o fim do inventário, os irmãos Magnavita finalmente fizeram as pazes.
                                   Meus pais tiveram três filhos: Humberto Leopoldo Magnavita Braga nascido em 16 de outubro de 1927 no Rio era medico e advogado e casou-se com a enfermeira Megan De Vincenzi nascida em 16 de maio de 1924 que é irmã do meu marido Paavo Nurmi De Vincenzi nascido em 1929 que trabalhou como engenheiro elétrico na Chesf “Companhia Hidro Elétrica do São Francisco” e depois de aposentado trabalhou como funcionário da ONU na organização Internacional do Trabalho-OIT. De 1965 a 1967 trabalhou em Genebra; Eu, Lecticia Josephina Magnavita De Vicenzi nascida em 10 de julho de 1938 sou aposentada como professora de Sociologia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, sou Mestre e Doutora (Phd) em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e muitos projetos de vida;  Bellicia Magnavita Braga nascida em 6 de março de 1929 e casada com Danilo Luis Martins completa o trio . Somos hoje, 3 netos, 5 bisnetos, 3 tataranetos e 2 pentanetos da ramificação de Adelaide e Leopoldo primeiros dos 9 filhos de  Luciano Magnavita e Hormina Cardozo Magnavita.
                         

Lecticia Josephina Magnavita Braga De Vincenzi – neta

Nenhum comentário:

Postar um comentário